Construir: UVM
Sala: F006
Fecha: 2015-05-04 04:30 PM – 04:50 PM
Última modificación: 2015-04-13
Resumen
Neste trabalho, focalizamos processos de apropriação pelo povo indígena Xakriabá de práticas de numeramento na gestão de projetos sociais. Esses processos são aqui chamados “indigenização dos projetos”, parafraseando a expressão “indigenização da modernidade”do antropólogo Marshall Sahlins, que se refere à maneira como os povos indígenas vêm elaborando culturalmente o que lhes foi infligido e como vêm tentando incorporar o sistema mundial a uma nova ordem ainda mais abrangente: seu próprio sistema de mundo. O material empírico submetido à análise é composto por trechos de entrevistas realizadas com Nicolau Xakriabá, como um dos procedimentos de uma investigação etnográfica. Na análise, operacionalizada a partir do conceito de tática de Michel de Certeau, este estudo se vale da perspectiva etnomatemática apresentada por Gelsa Knijnik, para discutir o aspecto pragmático das práticas de numeramento que leva os Xakriabá a submeter-se às regras ou transgredi-las, driblando-as ou as transformando. Assim, indigenizam a gestão dos projetos.